-
Fotografias:Zoraima de Figueiredo
Localizado na margem direita do rio Tejo junto ao aglomerado urbano de Rio de Moinhos, o Cais das Barcas servia para acostar embarcações de pescadores e de transporte de pessoas e bens entre as duas margens do Tejo. Dos elementos construídos resiste um muro de contenção de terras e uma rampa embarcadouro, ambos em alvenaria de pedra. Observam-se ainda alguns troços de calçadas em seixo, deduzindo-se que uma grande parte destes se encontra soterrado, devido à falta de manutenção e acumulação superficial de terras e vegetação.
Com o projeto procura-se recriar um lugar a partir da reabilitação do cais, acrescentando-lhe novas valências de referência colectiva. Um novo espaço para a população local que se assuma como um elemento na paisagem e um lugar de reunião da comunidade local. Partindo da ideia de um anfiteatro aberto sobre o Rio propõe-se uma estrutura que funcione como um marco na paisagem.
Esta plataforma poderá ser utilizada para concertos de pequena escala, lições das escolas locais, assembleias de freguesia ou um simples encontro. A partir do auditório, paralelo ao cais existente (a reabilitar), aproveita-se para redesenhar todo o espaço à sua volta, sem lhe retirar o carácter naturalizado ainda que dotando-o de mobiliário urbano – bancos e mesas, para uma mais efetiva utilização da população.
Rio de Moinhos tem vivido uma relação difícil com o rio, identificável no desenho da sua morfologia urbana - dos tempos de cheia aos períodos de seca e afastamento da água. Todos os anos na época de maiores chuvas, esta estrutura poderá ficar parcialmente submersa.
A intervenção proposta procura requalificar o lugar caracterizando-o como um novo espaço de reunião para a comunidade local. Na maior parte dos momentos em que não há nenhum evento, este anfiteatro passará a ser o local ideal para contemplar o rio e a paisagem.